quarta-feira, dezembro 28, 2011

O que te faz perder e linha?

Normalmente não variamos muito no cardápio. A maioria de nós gira em torno de alguns poucos alimentos que comemos diariamente. Pensando nisso, separei alguns alimentos-guloseimas-tentações, que me fazem perder a linha, ficar cega, pirar e dos quais eu preciso aprender a lidar.

Lendo sobre isso no Meta Real, descobri uma palestra chamada SIGNIFICADO DOS ALIMENTOS. 
Achei um depoimento lindo, e compartilho com vocês. 

As vezes um alimento pode ter um significado que está no nosso esquecimento e por isso ele é tão controlador sobre agente. A idéia é trabalhar para que esses alimentos não controlem mais nossa vontade!

QUAL O SIGNIFICADO DOS ALIMENTOS 2 Anos atrás : Edianetiago.

Doei 138 gramas de saudade.

Neste último sábado, passei por uma das experiências mais interessantes que já tive. Vivenciei sensações, sentimentos e revivi memórias que considerava perdidas. Quando comprei aquele pacotinho de pão de queijo no Pão de Açúcar, que somou exatas 138 gramas, eu não sabia o que ia acontecer. Apenas solicitaram que levassem "O ALIMENTO" para a palestra.


Pão de queijo coquetel sempre foi uma compulsão para mim. Quando estava deprimida, principalmente. Era reconfortante comer aquelas pequenas bolinhas, quentinhas, cheirosas e cheias de significados desconhecidos pela parte racional da minha mente. Eu comia tudo, até terminar o pacote: 100, 200, 300, 400 gramas. Devorava sem perceber.


Bom, quando comecei a fazer o exercício, decidi pegar e partir o pão de queijo. Na hora, veio a lembrança da minha amada avó materna fazendo bolinhas de polvilho e queijo com a mão. Eram tardes gostosas, com minha avó e minha mãe, ambas mineiras e apaixonadas por pão de queijo (embora nunca tenham sido compulsivas com comida). Eu me sentia segura, amada. Tudo me trazia conforto, a textura do pão de queijo, o cheiro, a lembrança de fazer as bolinhas, a espera, o sabor...


Minha avó morreu poucos dias depois da minha formatura (em 1999) de infarto fulminante. Fui a primeira neta a se formar na família. Lembro dela emocionada agradecendo por tê-la levado à colação de grau. Disse que nunca tinha visto uma festa tão bonita na vida dela e que estava muito feliz por mim. Foi um dia muito especial para nos e também a nossa despedida.


E eu estava lá, linda, magra, no peso e pronta para começar a carreira que escolhi. E é desta forma que eu quero lembrar da vovó. Do orgulho que ela sentiu no dia da minha formatura, da força e do carinho dela.


Sou jornalista e o nome da minha avó é um pseudônimo que uso sempre que preciso. Simples, ela fez parte do grupo de mulheres que mal sabiam assinar o nome. Guardo até hoje a primeira matéria que assinei com o nome dela. Lembro das tardes em que eu lia para ela e ela confessava que adoraria poder ler e escrever.


Percebi que usar o pseudônimo é a melhor homenagem que posso fazer. Não preciso me empanturrar. Quando sentir falta dela, vou usar o pseudônimo. Acabei de fechar um artigo com ele.


Ao sair da palestra, carreguei o saquinho de pão de queijo até a Domingos de Moraes, onde o doei a uma mendiga. Doei os 138 gramas de saudade. Não estava com fome e não precisava dele. De fato, fiquei tão emocionada que não senti fome o dia inteiro. Mesmo tomando café às 8h, só tive apetite depois da 17h.


Meu estômago estava embrulhado, digerindo toda a saudade.
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Bora trabalhar isso né?

3 comentários:

Fernanda Soares disse...

Amei o texto... Lindooooooo! Me emocionei, principalmente pq eu tbm sou fascinada por pão de queijo, sou mineira né. E tbm tenho as mesmas lembranças com relação a minha avó, mas ela não morreu, fico me lembrando da época gostosa de quando eu era criança... Enfim, o que me faz perder a linha é: Hamburguer, pão de queijo, lasanha, salgadinhos de festa! hmmmmmm delícia! kkkkkk.. Bjoooo

Mila Fairy disse...

Seu texto me aqueceu o coração.... Que homenagem gostosa que você faz pra sua avó...lindo mesmo....
Também tenho lembranças ternas cheias de quitutes feitos pela minha avó e por mim na minha infância! Comida sempre foi um carinho pra mim.... Minha avó ainda está viva, mas bastante doente. Antes era uma voçosa (não gorda! alta!) italianona que falava alto e fazia serviço pesado e sovava massa como se fosse a coisa mais fácil do mundo! Hoje está tão miúda e frágil....
O que me faz perder a linha: croissant, panquecas, doces dos mais variados....sou uma formiga! E minha avó fazia doces soberbos!

Mel Mudanca disse...

Que historia linda, realmente alguns alimentos nos reportam bem longe..lembrancas, saudades..uma historia inteira por traz. que bom ler isso amiga. Beijaoo